domingo, 28 de fevereiro de 2010

Minha filha tem um transtorno alimentar. E agora?

Muitos pais ao terem a filha (ou filho) diagnosticado com um transtorno alimentar são invadidos por um turbilhão de sentimentos que incluem medo, sentimento de culpa, insegurança, raiva, entre outros. Não é incomum pais perguntarem "Doutora, onde foi que erramos?" ou mesmo chegarem ao consultório médico sem saber por onde começar para ajudar a filha a superar o transtorno alimentar. Sem saberem como agir e como abordá-la, muitos acabam acompanhando o quadro a distância, sentindo-se culpados e achando que o melhor é manter o distanciamento, quando já existem evidências científicas de que a melhor postura é justamente a contrária a esta.

Em primeiro lugar é importante ressaltar que, apesar da família poder contribuir para a causa ou mesmo a manutenção de um transtorno alimentar, os pais não podem ser considerados a causa primária  ou mesma exclusiva do transtornos alimentar em suas filhas. A própria Academy for Eating Disorders (AED, uma academia internacional que reúne especialistas do mundo todo) publicou recentemente um artigo de posicionamento reafirmando a não culpabilidade exclusiva da família na gênese do transtorno alimentar e a importância de sua participação no processo de cura (clique aqui para ler artigo do blog sobre o posicionamento da AED). Os transtornos alimentares são considerados quadros de causas múltiplas que se combinam para gerar a doença e podem envolver fatores genéticos, ambientais e/ou familiares na sua origem.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Crianças com autismo podem ter risco igual ou maior que população geral para obesidade

Um estudo publicado em fevereiro de 2010 no periódico científico BMC Pediatrics chegou a conclusão de que crianças portadoras de autismo podem ter risco igual ou até mesmo maior que a população geral para obesidade. O estudo foi realizado com os dados do National Survey of Children's Health 2003-2004(NSCH), conduzido nos EUA, com crianças e adolescentes de 3 a 17 anos.

Os resultados mostraram que a prevalência de obesidade em crianças com autismo foi 30,4% enquanto que nos pares sem o quadro a prevalência foi de 23,6%. Segundo os autores do estudo, estes resultados mostram que crianças e adolescentes com autismo apresentam, ao menos, o mesmo risco para obesidade que crianças sem o quadro, no entanto, este risco pode ser até maior que o da população geral. Como o número de crianças autistas no estudo é pequeno, não se pode concluir que o risco de obesidade é realmente maior, mas pode-se se dizer que é, no mínimo, igual.


Fatores de risco para obesidade nos portadores de autismo

Fatores de risco que podem estar contribuindo para crianças e adolescentes portadores de autismo manifestarem esta tendência a obesidade são aqueles relacionados a um padrão atípico de atividade física e alimentação nesta população, como:

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Paroxetina pode diminuir eficácia do tamoxifeno no tratamento de câncer de mama

Um estudo populacional prospectivo realizado com mulheres portadoras de câncer de mama e sendo tratadas com tamoxifeno em Ontário, no Canadá, publicado em fevereiro de 2010 no British Medical Journal, revelou que o uso concomitante com o antidepressivo paroxetina aumentou o risco de morte por câncer de mama nestas mulheres. Este resultado se deve, provavelmente, ao fato de a paroxetina inibir a enzima hepática CYP2D6, que tem um papel crítico na ativação metabólica e na efetividade clínica do tamoxifeno. É importante ressaltar que o estudo não encontrou este risco com outros antidepressivos.

O tamoxifeno é uma medicação utilizada há três décadas no tratamento de câncer de mama. Trata-se de um modulador seletivo do receptor de estrogênio. Ele é metabolizado no fígado pelo sistema de enzimas do citocromo P450 isoenzima 2D6 (CYP2D6) para produzir os metabólitos ativos, ou seja, aqueles responsáveis pelo efeito terapêutico do tamoxifeno. Em mulheres com câncer de mama em estágio inicial com tumor positivo para receptores de estrogênio, o uso de tamoxifeno reduz o risco de recorrência do câncer para a metade e o risco de morte pelo mesmo para um terço. Esses benefícios são independentes da quimioterapia, idade ou das características do tumor.

A paroxetina, por sua vez, é um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina, largamente utilizada no tratamento de quadros depressivos e ansiosos em todo o mundo. Ela é um potente inibidor da enzima CYP2D6, a mesma enzima que é fundamental na ativação metabólica do tamoxifeno. Cerca de 25% dos portadores de câncer de mama acabam sofrendo um quadro depressivo. Desta forma, esta população recebe com muita freqüencia a prescrição  de novos antidepressivos e, muitas vezes, fazem uso concomitante de tamoxifeno. Assim sendo, os autores do estudo consideraram de grande importância conhecer o impacto do uso de antidepressivos na evolução desta população.

Para esta avaliação, o estudo realizado foi do tipo coorte (prospectivo) e acompanhou 2430 mulheres que viviam em Ontário, Canadá, com 66 anos ou mais, tratadas com tamoxifeno para câncer de mama. O resultado encontrado foi extremamente importante: o antidepressivo paroxetina durante o tratamento com tamoxifeno para câncer de mama esteve associado a um risco maior de morte, o que reforça a hipótese de que a paroxetina pode reduzir ou até mesmo abolir os benefícios do tamoxifeno em mulheres portadoras de câncer de mama. Este risco não foi encontrado para outros antidepressivos.

Fontes: (1) Artigo científico Selective serotonin reuptake inhibitors and breast cancer mortality in women receiving tamoxifen: a population based cohort study, disponível na íntegra no site do BMJ. Referências artigo: Kelly CM, Juurlink DN, Gomes T, Duong-Hua M, Pritchard KI, Austin PC, Paszat LF.Selective serotonin reuptake inhibitors and breast cancer mortality in women receiving tamoxifen: a population based cohort study.BMJ. 2010 Feb 8;340:c693. doi: 10.1136/bmj.c693.; (2) Artigo "Antidepressivo reduz ação de remédio contra câncer, publicado no carderno Sáude da Folha de São Paulo, 3a. feira, 16 de fevereiro de 2010.
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As informações divulgadas neste blog não substituem aconselhamento profissional. Antes de tomar qualquer decisão, procure um médico.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Estudo americano identifica "idade de virada" para crianças com excesso de peso e obesidade

Um estudo americano retrospectivo, a ser publicado no periódico científico Clinical Pediatrics, baseado na revisão das curvas de peso de 184 pacientes com sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso entre 2 e 20 anos, encontrou que metade do grupo já apresentava sobrepeso antes mesmo dos 2 anos de idade. Este estudo indica que o período crítico para a prevenção de obesidade neste grupo de pacientes deve começar antes mesmo dos 2 primeiros anos de vida e, para alguns, por volta dos 3 meses de idade.

Segundo o coordenador do estudo, John Harrington, da Eastern Virginia Medical School, os resultados devem chamar a atenção dos médicos. “Fazer com que pais e crianças mudem hábitos arraigados é um desafio monumental, repleto de decepções. O estudo indica que pode ser necessário discutir ganho de peso inapropriado no início da infância para que haja uma redução significativa na atual tendência de obesidade”, diz ele.

Apesar de as razões para o ganho de peso excessivo na infância e adolescência ainda não serem conhecidas, os especialistas na área afirmam que alguns fatores que contribuem para isso são uma dieta inadequada, a introdução de alimentos a bebês muito cedo e a falta de exercício.

Fontes: (1) Harrington JW, Nguyen VQ, Paulson JF, Garland R, Pasquinelli L, Lewis D. Identifying the "Tipping Point" Age for Overweight Pediatric Patients. Clin Pediatr (Phila). 2010 Feb 11. [Epub ahead of print]; (2) Artigo Tendência à obesidade costuma ser definida antes dos 2 anos, diz estudo (site da BBC Brasil); (3) Artigo Estudo diz que tendência à obesidade costuma ser definida antes dos 2 anos (site O Globo).
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Papel da família nos transtornos alimentares: posicionamento de academia internacional

A Academy for Eating Disorders (AED), academia internacional que reúne pesquisadores e clínicos especialistas em transtornos alimentares em todo o mundo, publicou na revista científica International Journal of Eating Disorders (IJED), em janeiro de 2010, um artigo a respeito do seu posicionamento em relação ao papel da família nos transtornos alimentares.

É posição da AED que, embora aspectos familiares possam exercer algum papel na gênese e manutenção dos transtornos alimentares, o conhecimento científico atual refuta a idéia de que eles são os mecanismos exclusivos ou mesmo primários nos fatores de risco para a doença. Desta forma, a AED se posiciona de forma categórica contra qualquer modelo causal de transtorno alimentar na qual a influência familiar é vista como a causa primária da anorexia ou bulimia nervosa, além de condenar afirmações generalizadoras que sugerem a culpa da família na doença de suas crianças. Além disso, a AED recomenda que as famílias sejam incluídas no tratamento de pacientes mais jovens portadoras de transtornos alimentares, já que esta prática aumenta as chances de sucesso do tratamento.

Fonte: le Grange D, Lock J, loeb K, Nicholls D. Academy for Eating Disorders Position Paper: The Role of the Family in Eating Disorders. International Journal of Eating Disorders, 2010. 43,1:1-5.

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Já estão disponíveis para exame do público os critérios diagnósticos de Transtornos Mentais do DSM-5

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, conhecido pela sigla "DSM", está sendo reexaminado para o lançamento da sua versão número 5 (DSM-5), programada para maio de 2013. No entanto, um draft do que seria esta versão já está em exposição no site norte-americano da Associação Americana de Psiquiatria (American Psychiatric Association - APA) para que o público posso emitir a sua opinião e sugestões a respeito dos critérios propostos. 

O DSM é utilizado em todo o mundo, tanto por profissionais quanto por pesquisadores, para orientar e uniformizar o diagnóstico dos transtornos mentais. Os critérios da sua nova versão, o DSM-5, estão expostos no site da APA para que clínicos, pesquisadores, administradores, pacientes e familiares emitam suas opiniões e sugestões. Isso poderá ser feito até o próximo dia 10 de abril de 2010.

Alguns dos novos critérios diagnósticos já estão gerando uma certa polêmica entre os especialistas como, por exemplo, a supressão dos subtipos "purgativo" e "não purgativo" no diagnóstico da bulimia nervosa. Também não são considerados mais métodos compensatórios diagnósticos na bulimia nervosa aqueles não purgativos (como prática excessiva de atividade física ou jejum prolongado), fato que muitos profissionais especialistas em transtornos alimentares estão criticando. No entanto, como a nova versão ainda está disponível apenas na forma de draft, existem possibilidades de mudanças para que seja produzida a versão final.

Fonte: site da American Psychiatric Association

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Depressão pós-parto: estar atento e prevenir é o melhor remédio

A depressão pós-parto (DPP) é uma enfermidade que acomete cerca de 13% das mulheres após o nascimento do bebê e, se não tratada, pode trazer prejuízos importantes em todas as esferas: pessoal, familiar, no casamento e no desenvolvimento do bebê. Desta forma, é necessário estar atento e fazer o possível para previnir este grande mal.

A principal  forma de prevenção da DPP é o rastreamento e identificação de fatores de risco (fatores que predispõem a mulher a manifestar o quadro) pré-natais e no pós-parto imediato para que seja possível iniciar o tratamento do quadro o mais cedo possível. Pesquisas na área mostraram que os principais fatores de risco para a mulher desenvolver DPP são:
* mãe jovem
* não ter parceiro
* divórcio
* múltiplos estressores na vida
* poucos recursos sociais e econômicos
* histórico de depressão ou algum outro problema de humor na mãe
* presença de depressão durante a gestação

No entanto, é importante ressaltar que a presença dos fatores de risco supra citados só é capaz de identificar cerca de 30 a 40% das mulheres que vão desenvolver DPP. Adicionalmente, mulheres que são tratadas com antidepressivos de forma crônica antes de engravidar podem se beneficiar e previnir o quadro sendo tratadas com a associação de medicação antidepressiva e psicoterapia mesmo durante a gestação e no pós-parto.

Desta forma, na prática, a única intervenção que parece ser efetiva para mulheres com DPP é o reconhecimento precoce e o tratamento imediato da DPP no período pós-parto. É em função deste dado que é tão importante os profissionais de saúde que assistem a mãe estarem atentos e bem informados.

Fonte: Artigo "Postpartum Depression: Prevalence and Considerations in Screening" , de Barbara P. Yawn (publicado no site www.femalepatient.com ).
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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Revolução na medicina: paciente em estado vegetativo se comunica utilizando ondas cerebrais/ Reuters

Um homem de 29 anos que tem estado inconsciente desde um acidente de carro em 2003 com traumatismo craniano grave, foi capaz de se comunicar através de método envolvendo um escaner cerebral (ressonância magnética funcional) desenvolvido por pesquisadores belgas e britânicos. Os achados são revolucionários e podem mudar os cuidados médicos para alguns paciente em estado vegetativo daqui para frente.

Essa comunicação se estabeleceu através de perguntas cujas respostas eram do tipo sim/não e eram dadas com o paciente mudando o seu pensamento propositalmente. Segundo Adrian Owen, co-autor do estudo do Medical Research Council, eles ficaram surpresos com os resultados. Não só a pesquisa mostrou que o paciente não estava em estado vegetativo, como possibilitou, pela primeira vez em 5 anos, que ele se comunicasse com o mundo externo. Especialistas dizem que todos os pacientes em estado comatoso devem ser reavaliados e que isso pode mudar a forma como os mesmos são cuidados no futuro.

Allan Ropper do Brigham and Women's Hospital em Boston diz que o estudo sugere que o escaner cerebral é um dentro os testes que os médicos podem utilizar em pacientes que se recuperam do coma mas que permanecem inconscientes. Também salientou que a ativação cerebral foi detectada em poucos pacientes que tinham sofrido traumatismo craniano e não em casos que o cérebro tinha sofrido danos por privação de oxigênio como um todo.

Fonte: Artigo "Vegetative patient talks using brain waves Reuters" (Reuters).
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Shakes para emagrecer podem causar mal à saúde

Estudo da Pro Teste, da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, publicado em fevereiro de 2010, mostra que fórmulas a base de shakes, largamente utilizadas pela população como ferramenta para emagrecer, podem fazer mal a saúde, podendo causar problemas como perda de massa muscular e queda de cabelo em conseqüência da deficiência nutricional resultante.

A pesquisa coordenada pela nutricionista Manuela Dias mostrou que shakes podem até ser utilizados para substituir um lanche, mas não uma grande refeição. Eles não apresentam um balanço nutricional, possuem alto teor de proteína (32%, quando o ideal é que não se ultrapasse 10 a 15%), baixo teor de energia (de 190kcal a 230 kcal, quando já misturados com leite), além de não apresentarem quase gordura alguma. Para utilizá-los de forma apropriada, só com o auxílio de um nutricionista. Os shakes analisados foram o Bio Slim, Diet Shake, Diet Way, Herbalife e In Natura. Os produtos seguem legislação específica e estão dentro das normas, mas não são balanceados, saudáveis.

Outros problemas sérios foram encontrados: o Diet Shake e o Herbalife não apresentam informações importantes em sua embalagem como a data de fabricação e, o último, não apresenta o prazo de validade depois de aberto.

Fontes: (1) Artigo "Falta balanço aos shakes" da revista Proteste 88, publicada em fevereiro de 2010, pág. 8-11.; (2) "Shake para emagrecer: falta balanço" (site da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor); (3) Matéria "Shakes usados para emagrecer podem fazer mal" do caderno Ciência do jornal O Globo de 3a. feira, 2 de fevereiro de 2010.
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Estudo inglês relaciona vício em internet com depressão

Uma pesquisa conduzida na Grã-Bretanha aponta ligação entre o vício em internet e depressão

Um estudo realizado na Universidade de Leeds, publicado na revista científica Psychopathology, mostrou que entre os 1.319 entrevistados, 1,2% usavam de forma exagerada a internet, prejudicando outras áreas de suas vidas.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo encontrou que essas pessoas, consideradas pelos estudiosos como viciadas em internet, eram cinco vezes mais deprimidas do que os usuários que não foram classificados como viciados.

Os cientistas afirmaram, porém, que não podem dizer que um problema necessariamente causa o outro e ressaltaram que a maioria dos internautas não apresenta transtornos de saúde mental. Como trata-se de um estudo do tipo transversal, não se sabe o que vem primeiro: se pessoas deprimidas são mais atraídas pela internet ou se internet causa depressão. Pesquisas adicionais são necessárias para esclarecer esta questão.

Recrutamento dos voluntários para a pesquisa

Os 1.319 voluntários participantes da pesquisa ocorreu através de sites de relacionamento e apresentaram entre 16 e 51 anos de idade (e idade média de 21 anos). Os pesquisados tinham que responder a um questionário online no qual eram questionados a respeito de quanto usavam a internet e quais eram os motivos. Também foram feitas perguntas sobre depressão.

Os autores do estudo classificaram 18 dos voluntários, 1,2% do total, como viciados em internet. Este grupo passou, proporcionalmente, mais tempo em páginas sobre sexo, jogos de azar e comunidades online. A pontuação deste grupo para sintomas depressívos mostrou níveis moderados a graves de depressão.


Metodologia questionável

Os críticos da pesquisa relatam que o vício em internet não pode ser diagnosticado de forma confiável com os métodos utilizados e a forma de recrutamento de pesquisados também podem produzir uma amostra com viéses.

Fontes: BBC Brasil, site Associação Brasileira de Psiquiatria
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A importância do sono dos pequenos

Problemas crônicos de sono podem ter impacto negativo no funcionamento da criança e da família. Tanto a qualidade quanto a quantidade adequada de sono da criança são fundamentais pois geram conseqüências no seu funcionamento físico, emocional, cognitivo e social. Além disso, problemas de sono podem exacerbar transtornos médicos, psiquiátricos e de desenvolvimento do pequeno.

Crianças e adolescentes com sono inadequado podem apresentar sonolência diurna excessiva, cansaço, dificuldade de concentração e aprendizado e mal humor.

Desta forma, é preocupante o dado de que as crianças hoje em dia não estão dormindo o suficiente. A tabela ao lado, produzida com os resultados do estudo Sleep in America de Polls 2004 e 2006, mostra as horas de sono que crianças e adolescentes estão tendo comparado com aquilo que elas deveriam ter. Fatores da atualidade como a menor supervisão dos pais, violência, envolvimento excessivo das crianças em atividades acadêmicas, sociais e atléticas, rotina de trabalho dos pais, interferência de itens de mídia (como televisão, internet, vídeo games e celulares), são conflitantes com uma quantidade suficiente de sono e até mesmo com a qualidade do mesmo.

Neste contexto, o desenvolvimento daquilo que se denomina uma "higiene do sono adequada" é fundamental. Higiene do sono é um conjunto de comportamentos e condições que promovem qualidade e quantidade adequadas de sono. A lista a seguir ilustra as áreas que devem ser alvo de melhora para o desenvolvimento de hábitos de sono saúdáveis:
  • temperatura, luminosidade e nível de ruído do quarto da criança (deve ser fresco, escuro e quieto)
  • o quarto deve conduzir a criança ao sono (A criança divide o quarto com alguém? Divide a cama? Tem mais alguém no quarto acordando a criança durante a noite? O quarto é seguro?)
  •  evite cafeína no final da tarde ou a noite
  • exercício físico (é bom durante o dia, mas deve ser evitado a noite antes de dormir)
  • demandas acadêmicas, sociais e vocacionais (minimize a interferência com o horário de sono)
  • restrinja os eletrônicos no quarto (por exemplo, televisão, computador, telefone celular ou mensagem de texto) no horário de dormir
  • O que a a criança pensa enquanto tenta dormir? Alguma preocupação específica?
  • Existe uma rotina consistente para deitar-se e dormir? A criança vai para a cama e se levanta a mesma hora todos os dias?
  • Coloque o bebê/criança no seu berço/cama sonolento porém não dormindo, para que eles possam aprender a dormir sozinhos
O primeiro passo para tratar uma higiene do sono inadequada na criança é educar tanto pai quanto criança sobre hábitos saudáveis em níveis de desenvolvimento apropriados, inclusive para a criança (a explicação para a criança tem que ser compreensível, de acordo com a idade). A importância do tempo suficiente de sono e da rotina consistente do mesmo devem ser enfatizados, além de se discutir as possíveis conseqüências maléficas da privação de sono.

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Fontes: (1) National Sleep Foundation. Sleep in America. Poll 2004. Washington DC: National Sleep Foundation, 2004.; (2) National Sleep Foundation. Sleep in America. Poll 2006. Washington DC: National Sleep Foundation, 2006; (3) Moore M, Allison D, Rosen C. A Review of pediatric nonrespiratory sleep disorders. Chest 2006:130:1252-62.
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